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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Porque é Natal...


Porque é Natal, vejo as pessoas apressadas nas ruas, preparando as comemorações de fim de ano, confirmando a chegada de pessoas queridas, vivendo os dias intensa e rapidamente...

Nessa época, sempre fico pensando no significado de tudo isso; nessa nossa bela e fantástica aventura de pequenas vidas que emergem num planeta pequeno, e que constroem, cada uma a sua maneira, uma história pessoal repleta de alegrias e tristezas, tropeços e reviravoltas, mas acima de tudo, uma história verdadeira de pessoas que sonham com dias melhores.

Nossa contagem de tempo é arbitrária, mas é a maneira que encontramos para, através de ciclos de recorrência (semanais, mensais, mas especialmente, anuais), buscar formas de recomeço em que possamos "fazer melhor"...
Nesse aspecto, tudo é questão de referencial; um ano não é nada comparado à idade da Terra, mas é muita coisa pra quem sofre e espera conforto e alívio para suas dores... Em um ano, sorrimos e choramos muitas vezes; vivemos grandes alegrias e dececpções... tantas que perdemos as contas. Normalmente, são os dias piores que ficam marcados em nossa lembrança, como se fossem uma regra. Mas não é verdade...

Se a dor e a escuridão estão à nossa espreita, temos a impressão de ser uma situação permanente, que não passa, que não dá trégua; essas situações parecem ignorar nossa luta, nossas orações, nossa pequena estatura fronte ao mundo que nos cerca... e como somos pequenos!! Essa força estranha que comprime até quase esmagar nosso peito termina por vezes corroendo até não restar quase nada de nossa força, nosso sorriso, nossa esperança...

Estranhamente, é essa mesma esperança que nos desperta através das coisas mais insignificantes que poderia haver na vida, ao ponto de nossos problemas insolúveis se dissiparem com o sorriso de alguém querido, uma mensagem de carinho de quem menos se espera, o reencontro com uma pessoa muito especial em nossa vida, um abraço forte que nos mantém de pé quando tudo à nosa volta parecia ter ruído. E então podemos ver que as nuvens se dissipam lá em cima, que o azul do céu reaparece e o sol por fim nos enche de uma alegria sem tamanho, uma verdadeira loucura por ser feliz, amando e sendo amado. Isso nos torna fortes, devolve nossa grandeza e, sem qualquer pedido ou súplica, perdoa todas as nossas faltas.

Todos somos assim; precisamos de atenção, precisamos de alguém que nos ajude, queremos a certeza de que a pessoa que amamos vai estar lá quando cairmos, como uma criança espera que alguém a pegue quando pula de um lugar alto...

Mas também somos, cada um à sua maneira, uma fortaleza; um local onde nossos sonhos ficam protegidos dos ataques, onde somos senhores de nosso próprio domínio, acima das dores, das mudanças de marés; um local imenso, cheio de quartos e cômodos ainda inexplorados, alguns esquecidos onde repousam algmas boas lembranças, nossos sonhos de criança, a vida singela e sem complicações das nossas brincadeiras, cheiros e vozes que nos trazem um mundo de pessoas que, em alguns casos, nunca mais poderemos ver... Essa fortaleza traz consigo tudo o que somos e temos e é a ela que recorremos, mesmo sem saber, quando nossa vida vai mal.

Assim, esse paradoxo na nossa vida é que faz com que possamos continuar dia após dia; porque são nossas lágrimas que nos fazem reconhecer e valorizar uma boa risada; porque nossas nossas dores nos forjam feito aço em brasa, lapidando, melhorando, ao mesmo tempo aumentando nossa sensibilidade e nossa resistência... E são as tristezas dessa vida que nos fazem encarar de frente esse mundo tão estranho, mas tão repleto de vida.

Sonhos devem ser alimentados pelo trabalho constante, já que as metas serão sempre metas se não forem postas em prática. Mas deve-se curtir cada passo, cada erro, cada acerto... Não se deve perder a oportunidade de rir de si mesmo, de rir de tudo, porque é no nosso sorriso que reside nossa maior riqueza: a certeza de que não importa o que aconteça, estaremos sempre por aqui, juntos quer queiramos ou não. Estamos todos ligados porque somos feitos da mesma coisa e porque nossa maior fraqueza - essa necessidade do outro como ponto de apoio - é nossa maior fortaleza - porque ata entre nós um elo profundo que nos torna mais fortes.

A todos que me acompanharam nesse ano de 2008, seja perto de mim ou em pensamento, desejo, do fundo do coração, que cada dia de 2009 se abra como uma nova possibilidade para fazermos e sermos melhores, sempre mais e sempre em frente...

Saúde, sucesso, trabalho e diversão... E claro, Força e Sorte sempre!!!!!!!!!!!!!!!!!





sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Série "Drummond na sexta? Porque não?"

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indíviduo genial. Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente."

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Poema de Morihei Ueshiba

A Arte da Paz começa em você. Trabalhe consigo mesmo e com a tarefa que lhe foi consignada na Arte da Paz. Todos temos um espírito que pode ser refinado, um corpo que pode ser treinado de certa maneira, uma senda conveniente a ser seguida. Estás aqui com um único propósito de dares conta de tua divindade interior e manifestar a tua iluminação inata [grifos meus]. Alimente a paz em tua própria vida e aplique logo a arte a tudo o que encontrares.



Morihei Ueshiba


Aprovado!!

Aos meus caros amigos, que estão comigo onde quer que eu vá e a alguns deles que acompanham meus devaneios nesse blogue, dedico essa minha vitória que não teria ocorrido sem o seu apoio...





A todos, o meu muito obrigado, do fundo do coração!!

sábado, 6 de dezembro de 2008

O LADO ESCURO DA LUA



Quando alguém fala sobre o lado escuro da lua, quase sempre as pessoas pensam na parte não iluminada dela; mas existe um tipo de escuridão ainda pior do que a falta de luz. Existe um problema que ocorre com as naves mandadas ao espaço e que precisam perfazer a órbita da lua: durante algum tempo, a nave perde o contato com a terra e navega sozinha na escuridão por horas, até reaparecer nos radares do outro lado. As metáforas num paralelo com a nossa condição humana podem ser feitas facilmente. Algumas pessoas sentem-se isoladas ou precisam isolar-se durante certo tempo... perfazer uma trilha em absoluta solidão para encontrarem-se do outro lado. Muita gente passa por isso, em maior ou menor grau, mas o mais difícil é quando se tem a impressão que essa fase é (ou será) permanente.
Abaixo segue um poema legal que achei e fala disso.

"Quando teus sonhos sumirem,
tuas apoteóticas previsões
caírem num vazio terrível.
Quando teu Deus te abandonar
no recanto da dor,
então te lançarás
ao lado escuro da lua.

Das trevas te insinuarás levantar,
como uma rainha límpida
e pura,
como se nunca tivesse sido tocada.
Vais te erguer,
mandona,
tentando encontrar canal
naquela velha paixão desaparecida.
Estarei curado,
e te chamando no lado escuro da lua.

Quando os parasitas sugarem tudo de ti,
teus afetos estiverem mortos,
vais lembrar da palavra devoção
e perceber que talvez duas ou três vezes,
em tua vida toda,
ouviste isso sinceramente.
Estarei no lado escuro da lua.

Quando estiveres sem saída,
ao desespero de ver a vida enganada,
pense nos que ficaram no lado escuro da lua,
por não quererem assistir as luzes falsas,
que cegaram totalmente quase todos,
não permitindo alçar vôo até as longínquas estrelas.

Então,
quando já tarde,
me procurares
no lado escuro da lua,
já não vou estar lá,
porque terei partido,
numa nave poética,
até outros universos
feitos de sinceridade
e seres aprimorados no amor."


Volmir M. G.