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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Da banda de música que não passa e é perene...

Qualquer músico oriundo da tradição de ensino em bandas de música conhece de perto as vantagens desse aprendizado, bem como suas deficiências. Mas a dificuldade de mantê-las funcionando atualmente me chama a atenção especialmente porque a informação está cada dia mais disponível e de fácil acesso; há teorias e projetos sendo postos em prática que demonstram a viabilidade do ensino em bandas de música como uma alternativa importante e a um pequeno investimento estatal, o que não deixa de ser paradoxal.
 
Ainda assim, como se não enxergassem, como se fizessem de conta que isso é banal, sem importância, um divertimento acessório na vida social das pequenas, médias e grandes cidades, o que se vê é um quadro penoso, onde a ausência de investimento básico em pessoal qualificado vai sendo suprida com uma massa de pessoas com boa vontade mas com sérias limitações que são repassadas aos grupos, o que gera o preconceito absurdo refletido na fala de alguns maestros em que uma orquestra que toca mal "soa como uma banda (ou bandinha)!".
 
Não é preciso procurar muito na literatura especifica para ver que, em lugares onde esse tipo de ensino é levado a sério, o repertório e o nivel de execução atingido por esses grupos é altíssimo, e explora potencialidades instrumentais inauditas para uma orquestra, porque o equilibrio desses instrumentos é diferente, com soluções diversas das propostas por um grupo composto essencialmente por cordas.
 
Por mais que um investimento adequado seja nossa meta, não é difícil perceber que o universo das bandas de música é um campo fértil à espera de alguns poucos pingos de água para demonstrar suas possibilidades... que o diga os músicos que por lá passaram e levam para o resto da vida essa impressão duradoura na formação da técnica instrumental, mas também do caráter e no relacionamento com os outros. 
 
E só pra encerrar, uma mensagem a quem ainda acha que banda é sinônimo de precariedade e amadorismo nesses dois pequenos vídeos; a mensagem implícita, claro, é "chupa essa manga..."