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sábado, 31 de março de 2012

Belchior em "Tudo Outra Vez"

Antes de eu ter saído de Imaruí; antes de muita da água que passou por baixo das pontes que trilhei; antes de tanta coisa que nem me lembro, uma canção que ecoa no silêncio que às vezes me permito... e cuja sensação me faz novo, como inspirar profundamente. O sol na lagoa no poente e eu sentado ali, olhando, com a incerteza no futuro como era natural na minha condição, mas sobretudo com o sentimento que eu daria conta se conseguisse me manter calmo nas adversidades, como a pequena e mal tratada lagoa à minha frente.

Hoje, com essas lembranças reavivadas e olhando em retrospecto, eu percebo que já andei por muitos lugares, mas que meu coração sempre esteve ali; não na cidade, não naquela época em especial, ou no pôr do sol, mas com aquela sensação que a cidade da época captava tão bem ao pôr do sol.

Uma lembrança terna e fraterna da minha época de colegial, onde as canções de Belchior sempre me soaram como o fundo musical de um horizonte possível. Uma dessas tantas gavetas que, depois de muito fechadas, se abrem inesperadamente e te faz voltar no tempo e no espaço.