Num artigo da revista Nature, os pesquisadores Whitcome, Shapiro e Lieberman demonstraram que a dor nas costas sentidas pelas mulheres grávidas é um resultado da inclinação para compensar o peso da barriga; essa inclinação é necessária por causa da adaptação postural desde que passamos a andar apoiados em dois pés e não mais em quatro. A comparação é feita com a gravidez presumida de ancestrais nossos como o Australopitecus, na figura abaixo (onde a representa a Autralopithecus 'normal' e b a grávida).
A pesquisa observou que nesse caso, o centro de gravidade do corpo não compromete as vértebras da coluna e pode ser distribuído entre pés e mãos (o Autralopithecus é definitivamente bípede, embora possa se posicionar de quatro para atividades de coleta e locomoção rápida).
Observe como esse centro de gravidade muda radicalmente quando no processo evolutivo, nos tornamos essencialmente bípedes.
Na posição vertical, para compensar o peso crescente durante a gestação, a coluna vertebral realiza uma inclinação de até 28° para trás, diminuindo o esforço de torção do feto em até oito vezes. Por outro lado, a postura vertical aumenta o atrito entre as vértebras, ainda mais levado ao extremo de inclinação e curvatura.
Assim, por mais que as vértebras na mulher tenham se adaptado de forma a procurar integrar o processo de gravidez com o andar bípede, as dores nas costas são inevitáveis; seriam nesse caso, um preço a se pagar por nossa mudança de postura.
Tá vendo só, Alice, o que a mãe tá passando pra te esperar...?
É isso... boa semana todos! (e seja bem vinda, minha princesinha...).
Fotos e informações tiradas de http://scienceblogs.com.br/rnam/2009/10/gravidez_lordose_e_evolucao_cu.php
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