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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Restart... por um novo recomeço??

Sabe, honestamente não tenho nada contra quem gosta de "fenômenos musicais" (o que via de regra quer dizer a junção de uma musiquinha fraca, feita por pessoas que não sabem onde ficam todas as notas no braço da guitarra, aliado a um banho de loja e muito, mas muito dinheiro mesmo pra fazer isso tocar 24h por dia em todo lugar do país). Mas como sempre, tenho alguns problemas com definições feitas sem cuidado ou conhecimento, especialmente quando os principais afetados deveriam estar na sala de aula estudando. 

Por exemplo, ouço pessoas falar em Restart pondo junto a palavra Rock! Duas palavras: tá errado. Restart NÃO é rock, assim como padre Marcelo Rossi, padre Fábio Júnior de Melo e Aline Barros NÃO são gospel. Quem estuda a estrutura musical sabe que precisa muito mais que ter jesus e graça na letra pra se classificar como gospel. Como estilo ou gênero musical, a palavra Gospel liga-se ao movimento do Negro Spiritual norte Americano, onde as letras sobre a terra prometida remetem na verdade à África, de onde foram raptados e levados como bestas escravas pelo mundo afora. Assim, por exemplo, "Moisés tirou-nos do Egito" não só repete a mensagem biblíca, como também reflete os anseios de um povo oprimido e que vivia saudosista e ainda numa escravidão tal qual aquela das histórias bíblicas. É uma questão de conceito; dizer Jesus me ama cantado em arranjos de sertanejo/jazz ou pop não bastam.

Com o rock é o mesmo. Você pode ter variações como o punk, o progressivo, o clássico, o hard; ainda que algumas denominações sejam arbitrárias, elas remetem a movimentos estáveis de uma forma de expressão que se firmou pela contestação. Mas você não vai achar a variação "de criança", ou como li outro dia "rock di kiança". Isso não existe. Restart é Sandy e Júnior com distorção (e a Sandy canta muito mais, a propósito); é NXZero mais novo; é Luan Santana e Michel Teló levemente modificado. E de repente me dei conta que eles todos juntos formam a nossa New Age nacional, que tal qual o movimento mundial, mistura tudo numa coisa só e não é nem uma, nem outra.

E a confusão tá formada. É o que acontece quando essa onda atinge milhares de cabeças cegas pela internet; por mecanismos e programinhas cibernéticos como se fizesse parte deles, gastando mais tempo em compartilhar detalhes insignificantes de sua vida com estranhos que nunca conhecerão do que vivendo ela de verdade. Não estudam, não tem opinião... uma massa que caminha como mariposas que voam para onde brilha a luz sem considerar o que fazem.

Talvez só isso explique esse vídeo. Ou nem isso...






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