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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Brainstorm...1.

Às vezes eu fico tentado a publicar nesse blog posts somente sobre música, que é a minha vida. Mas então, eu penso na vida em si. E penso que a compreensão da música como fenômeno ou mesmo atividade passa pela compreensão do que a vida é. Mais do que isso, a própria natureza da expressão artística engloba compreender o que somos e onde vivemos.

Um exemplo disso é o espectro visível das cores. Observe essa figura.


Nela estão contidas as cores que podemos enxergar a olho nu. Isso que dizer que esse é um pequeno extrato de um continuo maior, e que para além de um extremo e do outro da barra não conseguimos ver. Termos como ultravioleta e infravermelho (grifos meus, obviamente) refletem frequências além desses extremos, e que são, por isso mesmo consideradas invisíveis.


Agora, quer uma coisa pra ficar pensando? Durma com isso: nada tem cor por natureza. Tudo o que vemos, seja uma pintura (um Rembrandt ou o desenho do seu sobrinho de dois anos, tanto faz), uma laranja, um carro, a palma da sua mão; nada disso tem cor por si. Tudo isso absorve determinadas faixas de frequencia da luz que incide sobre ela e reflete uma; essa é a cor que vemos. Isso quer dizer que basta você virar o rosto e sua bela cozinha de granito, mármore e o diabo "perde" todas as características visuais que podem ter lhe feito ficar horas escolhendo no catálogo.

Mas é mais do que isso: quer dizer que todo nosso esforço para ser compreendido em termos de textura (como no caso da pintura e escultura) usa meios que contraria nossa intuição, porque é dificil imaginar que um quadro cujo pintor passou semanas escolhendo cuidadosamente as relações de cor, "perdem" imediatamente essas características assim que alguém tira a vista dele. Agora, o que isso quer dizer? O que expressar-se através de materiais e texturas que podem ser tão relativisadas na visão de cada um diz sobre o que somos?

Não tenho certeza sobre isso, mas parece-me que tudo o que vemos são tentativas de tentar entender o que compõe esse nosso mundo. Cores "frias", "quentes", "profundas", etc, nada mais são que meios fisicos limitados que servem como a porta de entrada da nossa imaginação para essa incrível busca do que somos.

Um comentário:

Berzé disse...

Oi Vinicius, bom dia.
Essa busca é boa. Vale a pena.
Abração!
Berzé