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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Sobre penitenciárias e preconceitos em Imaruí

Ou como garantir a manutenção da ignorância...
O vídeo a seguir é uma falácia. Típico de quem quer gerar o pânico em moradores de cidades pequenas como meio de exploração política. As músicas (de Enya a Carl Orff, uma mistura típica e batida) e as imagens são cuidadosamente escolhidas, mas não para informar as pessoas; seu objetivo é transmitir o ponto de vista de quem propõe o vídeo, o que não tem relação alguma com a questão do fato em si.

No sul de Santa Catarina, minha cidade Imaruí vive um debate sobre a instalação de uma unidade prisional no município. Acompanhei a argumentação dos que são contra a instalação e devo dizer, são deprimentes. Não há ali nenhum que seja convincente; o que fazem é dar uma falsa argumentação aos que dizem "não quero e pronto". Os que demonstram um preconceito abissal com o que não conhecem e não sabem, além dos que temem, claro, que a ideia não seja de fato ruim, mas muito boa; para a arrecadação, geração de empregos e o fluxo da cidade.
"A ideologia de status superior do grupo estabelecido é, em muitos casos, disseminada e mantida por fluxos de fofocas que reproduz todo e qualquer acontecimento que pode elevar a imagem do grupo de estabelecidos e de situações capazes de reforçar a imagem negativa do grupo de outsiders [pessoas de fora].".
A frase é tirada do estudo que está logo abaixo. Se você quer fundamentar um argumento a favor ou contra algo, deve usar dados relevantes, e não explorar o preconceito com imagens de favelas e a violência fora do contexto. Isso porque sendo um empreendimento que mexe com a vida de toda uma cidade, o seu "não quero" é irrelevante quando posto lado a lado com os interesses de uma comunidade. "Não quero porque é ruim" precisa ser demonstrado, não aventado como possibilidade real, especialmente se habita somente o imaginário de quem propõe. Separei um estudo de uma pesquisadora da Unicamp em que ela analisa a construção de nada menos que 13 presídios em uma região ao norte de SP. Há indicativos de aumento de violência? Não. O que aparece que um aumento da vida financeira dessas cidades, que deve ser aproveitado pelos moradores e a administração local no treinamento da mão de obra para atender essa demanda.

http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_6/abep2010_2657.pdf

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