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sábado, 26 de março de 2011

Ele deu a volta por cima? José Arruda, Revista Veja e a piada pronta...

Em matéria publicada no site da revista Veja, o ex-governador José Roberto Arruda fala de ética e moralidade enquanto estava preso no ano passado. O detalhe é que a entrevista foi concedida antes das eleições e só foi publicada agora. Por quê? Dentre uma série de fatores, as pessoas que ele expunha e as eleições que se aproximavam.

O repórter autor da entrevista também foi o da matéria sobre Elenice Guerra, Diego Escosteguy, que saiu da revista pouco depois pela péssima relação que mantinha com o editor de Veja. Estando trabalhando na revista Época, o jornalista pediu autorização à revista para publicar a sua matéria; a autorização foi concedida, mas a revista Veja acabou publicando a matéria sem os créditos na versão online. 

Mas do que trata a entrevista? De pérolas dignas de um livro de auto-ajuda, não fosse seu autor quem fosse.

"Os problemas éticos nas casas legislativas são facilitados por uma legislação política e administrativa totalmente atrasada e incompatível com o momento político que o Brasil vive."

"[meu limite] É o limite ético. É não dar mesada, não permitir corrupção endêmica, institucionalizada. Sei que existe corrupção no meu governo, mas sempre que eu descubro há punição.

Opa, espere um pouco. Não lembra quem é José Roberto Arruda? Segue dois vídeos 'educativos' dele. O primeiro resultou na operação Caixa de Pandora da Polícia Federal, com 29 mandados de busca e apreensão.


E o segundo é um clássico. Lembro de ter acompanhado isso ao vivo na época. Os primeiros 2:30 minutos são sua defesa apocalíptica e inflamada da calúnia da qual se dizia vítima, suaresponsabilidade na violação do sigilo do painel de votação do Senado. A partir daí até o fim do vídeo, é a sua retratação 4 dias após (mais rápido que a reconstrução da rodovia no Japão!!) o primeiro. Depois do depoimento de Regina Célia Borges, sua versão ficou insustentável e ele teve de vir a público desmentir. No episódio, ele e o senador Antônio Carlos Magalhães ("ah, que saudade eu sinto da Bahia") tiveram de renunciar para não serem cassados. Depois voltaram nas eleições, mas isso é outra história.
Observe o contraste, o descaramento e o nivel de sinismo que chega uma pessao pública, pago para representar as pessoas e decidir as questões sobre educação e cultura, entre outras.


E isso tudo enquanto eu e você lutamos feito um condenado para viver, aprovar projetos com verbas miseráveis, receber bolsas que são uma piada. Nem falo das necessidades básicas da população em geral, porque seria covardia.

Em resumo, invocando Hamlet, tem ou não tem algo de podre no reino da "Dinamarca"?

Um comentário:

Berzé disse...

A veja tem um calendário muito próprio, Vinicius.
Abração!
Berzé