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sábado, 31 de dezembro de 2011

2012 e o balanço anual

E 2011 agoniza em suas últimas horas.

Um ano. "Passou voando", dirão uns; "passou se arrastando", dirá o encarcerado.
 
Eu estive em vários lugares, conheci muita gente, deixei o convívio de outras, vivi várias vidas. Vi o sol nascer e se pôr muitas vezes, amei e fui amado. 

Trago comigo todos os meus grandes amigos, suas melhores tiradas, seu sorriso mais debochado, aquele aperto de mão inesperado, o abraço despretencioso mas tão necessário...  

Também carrego em pensamento seus momentos mais tristes, o desânimo dos que se julgam pequenos, incapazes, dos que se cobram demais. Suas lágrimas, incertezas, dúvidas...    

Mas não só eles... também trago pessoas que conheci pouco, as que só ouço falar, as que nunca vi. Seus pensamentos, materializados por uma idéia, um lampejo de criatividade, um livro, uma frase. Uma música que bailou incólume em sua imaginação, anotada em algumas linhas e que todos nós agora tentamos reconstruir cada vez que tocamos.

Também trago comigo a vida dos que já se foram; a longa marcha de meus ancestrais que atravessaram savanas e continentes, campos e cidades. Entre cavernas e tavernas, o medo que o fogo do conhecimento afugentou...

E de todos eles, absolutamente todos, tenho aqui comigo uma parte. E desse gigantesco caledoscópio do qual sou sou composto, dificilmente saberia dizer ao certo onde eles terminam e eu começo.

Esse pensamento me embala e me acorda. Permite que eu veja além da trama dos fios que cobre o céu. A cada dia, eu tenho a sensação que, como representante dessa longa jornada de pessoas, descendente de guerreiros, nobres, artesãos, carpinteiros; de todos eles, aprendi também eu a ser um forte. A não me curvar ao que não se conhece, nem me deixar vencer pelo desânimo. A combater a maldade e a ignorância,  a ironizar os obtusos e rir da hipocrisia.

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E como uma formiga, eu sigo a marcha traçada há muito por força de circunstância, embora tenha aprendido cada vez mais a delinear eu mesmo seu contorno e trajetória.

Nesse ano novo, não faço promessas. Não salto ondas, nem peço nada. Eu aprendi do que a fumaça é feita. Só agradeço a todos esses que, conscientes ou não, cruzaram meu caminho e incrustraram em mim o desejo de viver e de ser esse elo entre os que viveram e os que ainda viverão.

Boas festas e um grande abraço!!

 

sábado, 24 de dezembro de 2011

Um dia para pensar...

Algumas pessoas acreditam que no dia de hoje, há pouco mais de dois mil anos atrás, um ser humano diferente nasceu. E que, em função disso, também devemos todos renascer a cada fim de ano nesse mesmo dia. A comemoração do nascimento que definiu o início da nossa era, a paz entre os homens...
A base do presépio de cada árvore de natal carece no entanto de realidade...

Sabe-se que Jesus não nasceu no ano 1, nem tampouco no dia 25 de dezembro. De acordo com fontes da época, como as datações de governantes e eventos, sabemos que a atribuição do ano 1 como sendo o do nascimento foi arbitrário. Ele teria, de fato nascido quatro anos antes. O dia 25, destinado até então ao sol e seus deuses, foi uma associação feita durante o processo pelo qual a igreja cristã passou a ser a religião oficial do império romano. Esse é, como muitos outros na história da cristandade, um exemplo da proximidade existente entre os mitos biblícos e de outras culturas ou crenças.

Depois, a idéia que renascemos a cada ano tende a fazer certas pessoas acharem que, não importa o quão ruim o ano seja (ou elas sejam durante esse tempo), "no fim, tudo dá certo". Mas não dá. Estatisticamente, em vários lugares desse nosso mundo, esse ano foi o último de inúmeras pessoas. Vários pisca-pisca que apagaram-se pra não mais acender, até onde sabemos. Sem dúvida, dentre elas haviam aquelas que não diziam o quanto alguém lhe era importante pessoalmente, não tinham o hábito de desculpar; pessoas que deixaram pra depois porque acreditavam, dentre outras coisas, que a razão pela qual estavam aqui ainda não tinham se revelado. Claro está que para eles, o anjo chegou tarde.

Eu gosto, honesta e sinceramente do Natal, embora duvide de inúmeras fontes que o originaram. E acho que a idéia simples é essa: o sentido que damos. As luzes, as cores, os sorrisos e até os choros. Percebo nessa época uma maior aproximação entre as pessoas e isso é bacana. Há também uma maior propensão ao perdão, à tolerância e ao reencontro. Não tínhamos que escolher um dia do ano para nos comportar assim, ou pior, para nos lembrar do que devemos fazer. Mas é assim que somos. Enfeitamos lentamente nossa árvore nesses anos todos que são nossa trajetória humana nesse planetinha. Aprendemos a duras penas em termos de espécie, e serão necessárias muitas perdas humanas ainda até que aprendamos a ser melhores de fato.

Eu aproveito para rever as pessoas que me são caras nessa minha curta vida. E são tantas, de tantas maneiras e formas que me seria impossível viver sem elas. Eu viveria sem um natal, mas nunca sem essas pessoas. Felizmente, não preciso esclher entre um ou outro; posso ter ambos. E melhor do que qualquer simbologia que me foi passada por centésima mão, dou a essa data o significado que desejo: um dia em que não precisamos de um salvador, nem de um redentor. Somos o melhor que poderíamos ser, basta que nos demos conta disso. Feliz daqueles que não precisam ser salvos, por que deles é a recompensa maior: viver plenamente.

Grande abraço a todos, e bom Natal.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Christopher Hitchens 1949–2011





O mundo ficou definitivamente mais triste essa semana: faleceu o jornalista, crítico, ativista político e intelectual, Christopher Hitchens. Sua retórica impressionantemente precisa, embasada, bem estruturada, dividiu seus opositores entre o escárnio dos obtusos e a admiração dos pensantes. Na vida, errou muitas vezes; alcólatra confesso, fumante inveterado, seu corpo finalmente deu sinais de falência.

Porém, seu espírito vivo e combatente foi uma demonstração pública de uma coragem com paralelos dificilmente vistos. Seu translado nesse planeta foi determinante para a transformação da vida de inúmeras pessoas que estavam ocultas sob o véu da ignorância, e que ele constantemente atacou de frente, sem rodeios. Nunca invejou o consolo dos crédulos e teve a ombridade de sustentar isso em alto e bom som. Em parte por conta do seu trabalho, a crença sem provas que põe no mesmo nível deuses tão diferentes só demonstram ainda mais o caráter especulativo sob o qual essas crenças são construídas. 

Jornalista de fronts de batalhas in loco, expos as farsas por trás de várias das guerras recentes, como a da Bósnia e Sarajevo. Mas foi sobretudo as guerras ideológicas que travou as que mais pessoas beneficiou. Demonstrou através de relatos e documentos a farsa da figura de Madre Teresa de Calcutá, aclamada mundialmente como exemplo de bondade, mas que não tratava de nenhum dos doentes com a medicação necessária. Empilhados em colchões no chão como um depósito humano, essas pessoas só tinham o consolo da oração.



Agora, passados seus 62 anos, Hitchens entra definitivamente na história como um homem cuja trajetória ensinou a recusar a mentira que conforta, a negar a satisfação com algo que não explica nada, como as pessoas religiosas tanto se habituaram. Sua imagem continuará reluzente em vídeos e livros espalhados pelo planeta, e suas palavras continuarão a ser ouvidas. A única imortalidade que sabemos ser efetiva, a de permanecer na memória daqueles que ficam, essa ele tem de sobra. E eu sinto-me feliz de ter sido seu contemporâneo por algum tempo, ainda que nunca o tenha conhecido.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

"Ciaccona del Paradiso e del Inferno"

Philip Jarousski e o grupo Arpeggiata numa interpretação bem humorada dessa canção anônima do século XVII.
 

Segue a letra e a tradução, que tirei daqui.

O che bel star è star in Paradiso
Dove si vive sempr'in fest'e riso
Vedendosi di Dio svelat'il viso
O che bel star è star in Paradiso.

Ó que bom é estar no Paraíso
Onde se vive sempre em festa e riso
Vendo Deus revelar o viso
Ó que bom é estar no Paraíso

Ohimè ch'orribil star star nell'inferno
Ove si viv'in piant'e foco eterno
Senza veder mai Dio in sempiterno
Ahi, ahi, ch'orribil star giu nell'inferno.

Mas ó que horrível é estar no inferno
Onde se vive em choro e fogo eterno
Sem nunca ver o Deus Sempiterno
Ai, Ai, Que horrível é estar lá em baixo no inferno.

La non vi regna giel, vento, calore,
Ch'il temp'è temperato tutte l'hore
Pioggia non v'e tempesta, ne baleno,
Ch'il Ciel la sempre si vede sereno.

Lá em cima nunca reinam gelo, calor, vento
Onde o clima é temperado todo tempo
Chove, mas não há tempestade, nem trovão
Pois o Céu lá sempre sereno verão.

Il fuoco, e'l ghiaccio la, o che stupore
Le brine, le tempeste, e il somm'ardore
Stann'in un loco tute l'interperie
Si radunan laggiu, o che miserie.

O fogo, o gelo lá, ó que estupor
A geada, as tempestades, e o grande ardor
Estão no mesmo lugar todas as intempéries
Se agrupam lá em baixo, ó que misérias.

Havrai insomma la quanto vorrai
E quanto non vorrai non haverai
E questo è quanto, o Musa, posso dire
Pero fa pausa il canto e fin l'ardire.

De fato, tudo quanto se imagina, lá haverá
e o que não se imagina, lá também encontrará
E isto é tudo quanto, ó Musa, posso dizer.
Pois interrompe o canto e pare de se atrever.

Quel ch'aborrisce qua la tutto havrai
Quel te diletta e piace mai havrai
E pieno d'ogni male tu sarai
Disperato d'uscime mai, mai, mai!

Aquele que odeia aqui, lá tudo terá
Aquele que te ama e te gosta, lá nunca estará
E cheio de todo mal tu estará
e sempre desesperado sair quererá.

O che bel star è star in Paradiso
Dove si vive sempr'in fest'e riso
Vedendosi di Dio svelat'il viso
O che bel star é star in Paradiso.

Ó que bom é estar no Paraíso
Onde se vive sempre em festa e riso
Vendo Deus revelar o viso
Ó que bom é estar no Paraíso.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Suzie LeBlanc em "Lascia ch'io pianga"

A música de Haendel, numa interpretação que tenta aproximar-se na concepção original, usando inclusive os instrumentos para os quais a obra foi composta.

Deixe que eu chore minha sorte cruel, e aspire à liberdade...

sábado, 10 de dezembro de 2011

Viciados em felicidade

Antes de mais nada, tenho de confessar: não uso o Facebook. Tenho uma conta lá (com uma foto de quando estive em Milão) cujo único objetivo é me conectar rapidamente, sem cadastro, em sites de livros e de compartilhamento de arquivos. Minha conta no Orkut está às moscas há mais tempo e não é raro as pessoas me perguntarem porque sumi.
Para além de constatar o fato evidente que para muitas pessoas, você é o que está nas redes sociais, por si só um sintoma de uma patologia moderna que só o distanciamento histórico vai poder analisar em toda sua plenitude, tenho pensado há algum tempo no uso que muitas pessoas fazem dessas redes. Sim, eventualmente (muito), eu entro lá, leio algumas mensagens (a maioria vírus), apago e acabo "aceitando" alguns amigos que me "convidam". 

Nessas idas, eu tenho a oportunidade de constatar um fenômeno que eu via em e-mails, mas em menor grau: a grande quantidade de pessoas desesperadas por felicidade. Todo mundo já deve ter recebido aquelas mensagens sem destino certo e que partem do princípio que você está precisando de ajuda, sempre. Mais do que isso, você tem a obrigação de ser feliz. 

É curioso que na maioria dessas mensagens compartilhadas, o teor seja sempre o mesmo, e que o paradoxo incoerente de como nos projetam enquanto espécies seja visto como lógico. Nesses casos, apesar de tudo à sua volta ter sido feito pensando em você e com todo o universo conspirando a seu favor, o que aparentemente é a explicação para pensamentos como "no fim tudo dá certo" ou "o que é nosso tá guardado", somos ao mesmo tempo esse frangalho humano que incapaz de lidar com o que quer que seja sem ficar choramingando por pedidos de força a um além imaginário. Acredite e confie são palavras de ordem. 

A necessidade de ser "salvo" é pra mim duplamente problemática, por ser ao mesmo tempo incoerente e humilhante. Incoerente porque ser salvo implica em um "do quê" que nunca permite-se falar muito a respeito, porque no fundo vai demonstrar a grande falácia que a história toda é. E é impressionante que as pessoas vivam suas vidas baseadas em algo que a simples pergunta "como você sabe?" causa um constrangimento visível. Mas a idéia de salvação é sobretudo humilhante porque pressupõe que todas as pessoas consideram-se tanto quanto o interlocutor que a propõe. Aparentemente não ocorre a essas pessoas que se elas acham que precisam ser salvas, até vá lá, mas imaginar isso é valido para o outro que ela não conhece e não quer conhecer, é muita hipocrisia e arrogância.

Desconfie de quem se diz porta-voz de coisas que mais ninguém pode ter acesso. Somos criaturas complexas, expostas a um mundo que ainda não entendemos bem, mas estamos cada vez mais resolvendo essa equação. Dar certo ou dar errado pode ser uma questão de ponto de vista, mas ambos acontecem e nada indica que seja pra você aprender algo. É fato que aprendemos com isso se estivermos atentos.

Da mesma forma, eu lamento dizer, você não tem 458 amigos como a sua página tenta te mostrar. Amigos que mereçam essa maiúscula na frente são raros, e nem sempre são pessoas óbvias. Estar lá para alguém é algo extremamente difícil, e é uma atitude madura da parte de quem for imaginar que não se pode exigir isso de qualquer pessoa.

Redes sociais são um veículo que passaram a comunicar instantaneamente as pessoas, e de repente, tudo que é dito é visto por todos. E aí? Aí nada se você não tem o que dizer. Essa felicidade a qualquer custo, essa necessidade de "salvar" os outros de uma infelicidade que alguém vive e pressupõe ser a de todos é sintomática de um mundo em que se banaliza a educação séria como construção do indivíduo pensante ou algo que o valha.

Viciados em felicidade são como viciados em açucar, por exemplo. Começa-se com um hábito agradável, mas que vai ficando mais e mais voraz, afastando o que é amargo, depois o que é salgado e, por fim,  até o que não é bem doce. No fim, a negação do seu oposto destrói o paladar completamente, ao ponto de já não sabermos mais se o que temos em mãos é doce. Perdendo a comparação, nos desconectamos da realidade e embarcamos numa ilusão, virtual ou não.

E pra acabar, um vídeo escrito e interpretado por Ross Gardiner.


O menino de madeira...

O velho vivia triste e amargurado. Um dia, não suportando a solidão da cidade, vendeu a pequena marcenaria e foi para o campo. Lá, construiu a própria casa e passava os dias a vagar pelos arredores. No topo de uma planície, não muito longe de casa, havia uma árvore pequena, frondosa e bela, que parecia reinar sobre as outras. O velho sentava em suas raízes e encostava a cabeça no tronco tentando ouvir o que dizia. Ele não sabia bem porque, mas acreditava que havia uma vida dentro dela. Uma voz suspirando baixinho, pedindo para ser liberta.

Numa manhã gelada e nebulosa, o velho deu a volta por trás de casa; trazia um machado. Com destino certo, atravessou a grama molhada e com o machado golpeou o tronco repetidas vezes. Os estilhaços voavam fazendo-o acelerar seu trabalho entre as pausas para descanso cada vez mais frequentes. Ainda assim, numa hora ou outra um dos dois tinha de ceder. Quis o acaso que fosse a velha árvore. O som agudo e grave atravessou o ar, e quase no fim do dia o velho já arrastava o pedaço de madeira pelo campo até sua casa.

Por dias a fio ele trabalhou com empenho, lapidando, esculpindo, martelando. A forma rugosa e arredondada foi dando lugar a uma forma mais conhecida para o velho. Em vez de veios irregulares e disformes, a figura agora lembrava um homem; na verdade, um menino, pra ser exato. Quando ficou pronto, era possível ver que seu rosto esboçava um leve sorriso porque o velho assim o tinha esculpido, mas seus olhos demonstravam o horror de se ver articulado, caminhando errante pela oficina, esbarrando nas coisas.

O menino de madeira demorou a entender como suas mãos deveriam funcionar; abria e fechava os dedos olhando para eles assustado. Nunca pronunciou uma palavra que fosse, e basta dizer que é por ser ele de madeira, imediatamente cai por terra a pretensa explicação, já que ele tampouco deveria estar vivo.  Ainda assim, assim foi... e o velho passava seus dias ensinando o menino de madeira a caminhar, empunhar coisas, fazer pequenas tarefas. E ele ia aprendendo a manusear as ferramentas do velho, a correr pelo pátio... e parecia nunca se cansar. O sorriso desenhado em seu rosto e os olhos de contas eram como uma máscara imposta e que em nada lembra o que ele realmente sentia.

Apesar de não falar, o menino ouvia e parecia entender o que o velho dizia. Sempre no fim da tarde, ambos sentavam em uma colina de onde se podia ver o por do sol. De lá, o velho contava suas histórias, de como veio parar ali, de como achou a árvore que resolveu por abaixo para construir seu boneco e, mais importante, de como o menino-boneco finalmente ganhou vida. E o menino de madeira com a cabeça no peito do velho ouvia-lhe a respiração profunda, o coração batendo cada vez mais fraco. E parecia ouvir nele uma vida querendo ser liberta.

Um dia, perto do horário do por do sol num inverno rigoroso, o menino vinha na direção do velho já sentado na colina. Distraído com o movimento dos pássaros no céu, o velho não percebeu que a madeira feita menino trazia em mãos o seu velho machado. Sem aviso, nem despedidas, mas também sem alegria ou tristeza, o menino golpeou seguidas vezes o marceneiro, cujo assombro no rosto exprimindo o quão inesperado era o gesto rapidamente sumiu, por entre golpes cada vez mais constantes e precisos...

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Isolado por iniciativa própria, o velho jamais foi encontrado. Do menino feito de madeira, nada se pode dizer, já que seus pensamentos são, como sua vida, uma incógnita... De tal feita que não se sabe se agiu por vingança ou gratidão; se foi liberto ou aprisionado naquela forma que não lhe era natural; ou se queria ajudá-lo da única forma que foi ensinado a fazer. Também não se pode dizer que o fez por conta de uma dor lascinante que o acompanhou desde a primeira machadada quando ainda era árvore, ou se pela completa ausência dela... as duas, sensações igualmente lastimáveis. E como ele nunca proferiu palavra, tampouco sabia-se qualquer intenção sua em virar gente de verdade.
 
O que ouviu-se dizer foi que durante muito tempo, o menino de madeira vagou ao redor da casa sem destino, com o sorriso que ganhou sem pedir estampado na face e os braços e pernas tingidos de vermelho... até o dia em que também ele não resistiu e caiu de joelhos para em seguida tombar sobre a relva...



domingo, 4 de dezembro de 2011

Evolução em "não deu..."

Sensacional!


Domingo, dia de estudar!

Tem gente que usa muitas cordas pra nada...



Enquanto outros, só precisam de quatro pra fazer acontecer...




Mais de Botswana aqui.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Valdemiro e a cara de pau sem fim

Com vocês, o comediante da igreja que é um deboche a qualquer pessoa de raciocinio mediano...



E aqui, alguns da bancada evangélica fazendo pose e dizendo bobagem ao lado de quem? Ele, é claro... "a maior autoridade hoje reconhecida"...por quem é inteligível.