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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Google Earth captura tubarões em volta de surfista...

O nível de detalhamento da imagem é impressionante... e o pessoal da Discovery ainda permite a ampliação gradual cena à cena.

Não consegui linkar direito, então para ir à página, CLIQUE AQUI.



terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Natal de novo...




Pois é, nem parece que mais um ano passou... sempre temos a referência do transcorrer do tempo em marcos importantes, como aniversários, datas festivas e encontros familiares. Normalmente a rotina do dia a dia passa meio despercebida, ao menos o bastante pra não ser notada.

Quando a gente olha prá trás numa época dessas, normalmente tem a irresistível vontade de basear-se somente nessas referências marcantes; nesse contexto, claro, "o ano passou voando"...
Mas é claro que não é assim; estivemos aqui marcando nossa passagem nesse planeta em cada uma das vinte e quatro horas do dia a dia; em cada uma das quatro longas semanas do mês, cada um dos doze intermináveis meses do ano (que o diga o pessoal que estuda!!!)...

É impossível lembrar dos detalhes de tudo isso, o que é antes de tudo uma grande vantagem; o cérebro vai selecionando o que importa e arquiva, enquanto o restante é relegado a um segundo plano, para deixá-lo livre para novas associações. Assim, feliz daqueles que possuem essa incrível capacidade de esquecer... rsrs.
Por outro lado, um balanço cuidadoso pode revelar aspectos importantes das metas que nos propomos a cumprir pulando as ondas na praia e levando rolhas de champagne na cabeça adoidados.




Bom, às vezes acho que não tem nada mais manjado que fazer feedbacks no fim de ano, mas no final das contas, é disso que nós vivemos; isso permite que, a todo momento, possamos nos posicionar diante da nossa própria vida... e pra onde ela está indo. É fato que nossa contagem de tempo é arbitrária, já que nossos referenciais são no fundo muito pessoais; o passado pode nos parecer um baú de experiências boas e ruins, que temos de aprender e revisar no presente para que tenhamos um futuro melhor; mas também é possível que passado e futuro não existam, e sejam ambos vazios de significados além de delimitar aquilo que realmente importa: nosso momento presente. Esse momento, vivo, multicolor, presente e único, poderia ser um ponto que se move, ao mesmo tempo, alimentando-se do futuro e projetando no passado sua sombra, deixando pra trás seu lastro.

O que quer que quer que quer que seja, sempre é bom poder chegar à conclusão que esse último ano não foi em vão; que fizemos valer à pena cada minuto, cada riso, cada beijo. Preocupar-se demais com passado e futuro pode nos fazer esquecer do que temos de melhor e uma das nossas poucas certezas: nosso momento presente. Por isso, nesse novo ano que se inicia, to pensando seriamente em abolir minha lista interminável de promessas, os dez mandamentos, as regras de ortografia (nova e velha), normas da ABNT, estereótipos, costumes, "tradição"; ao invés disso, entro no novo ano pensando somente nisso: fazer valer à pena...




Quem ganha com isso? Bom, se você riu um pouco, então com certeza foi você mesmo...

Grande abraço às grandes pessoas que estiveram comigo, poucos presentes fisicamente, a maioria na minha lembrança e pensamento; amigos de perto e de longe, de ontem e de hoje, mas sobretudo, de sempre...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Da série "O que não faz a marvada...."

Ao som de "Saia Rodada" (sim, é esse o nome, e não, não foi idéia minha), uma excelente demonstração de instabilidade, imprevisibilidade e oscilações aleatórias...


sábado, 12 de dezembro de 2009

Fim de semana em ritmo de festa...

"Dale a tu cuerpo alegria Macarena
Que tu cuerpo es pa' darle alegria y cosa buena
Dale a tu cuerpo alegria, Macarena
Hey Macarena"




sábado, 5 de dezembro de 2009

Comerciais para o Accord da Honda...

Dois comerciais legais, provando que a propaganda (criativa, bem feita) é a alma do negócio...

O primeiro é uma sequencia incrível de transmissão de movimentos através das peças do carro (Accord Honda), que vão sendo acionadas uma a uma e como consequencia do movimento anterior durante mais de dois minutos... simplesmente impressionante. Foi rodado em tomada única e sem cortes, o que exigiu centenas de tomadas até ser possível que tudo funcionasse como planejado. Ao final (e quase como ironia), o narrador pergunta "não é bom quando as coisas simplesmente... funcionam?"





O segundo é mais curto, e feito em 3D... mas achei bem legal. Ao som de Miriam Makeba, cantora e ativista contra o Apartheid, a proposta é mostrar que o porta malas do carro é espaçoso, cabendo de tudo...

Tirinhas de Carlos Ruas


Se não der pra ler, basta clicar em cada imagem que ela abre em nova janela maior...











Série "Quando acho que já vi de tudo"...











quarta-feira, 18 de novembro de 2009

"Redentor" ejetando...

Porque uma imagem vale mais que mil palavras...




Causa do apagão...


Descoberta a causa do apagão!





Curta e rápida...

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Se jejum adiantasse de alguma coisa, a Etiópia já integraria o G8 há muito tempo...
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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Chegou!!!!!



Depois de nove meses de espera, finalmente minha sobrinha nasceu!! Pelo que soube a galera tá em polvorosa já!!

Seja bem vinda, Alice..


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mulheres e o Islã...


A incorporação do vídeo foi desativada, então resolvi postar o atalho para o Youtube direto.

http://www.youtube.com/watch?v=zxJbi-nh-Y8


A autora da postagem no Youtube reclama de quem 'fala mal' da religião alheia. E alguns dos comentários dizem que o que se diz sobre atrocidades contra a mulher na religião muçulmana é somente 'pressão da mídia internacional' para justificar atos de guerra.
Certo, então vamos comparar os fatos; agora observem como uma peça de propaganda, com musiquinha animada e fotos de mulheres felizes combina com os vídeos a seguir...
Sugestão: deixe a música do outro vídeo rolando para ver o contraste!


"Não se deve ter vergonha de bater em mulher"




"Regras 'divinas' para bater na mulher"




Sim, você não entendeu errado... bater pode, mas não na frente dos filhos e nem de forma que faça sangrar (!). Tirando isso, é um 'direito' (tenho de pedir desculpas ao dicionário por usar essa palavra aqui) divinamente transmitido ao homem poder surrar a mulher desobediente...

O argumento que ouço frequentemente é que se deve 'respeitar' (foi mal, Aurélio) esses absurdos sem críticas, porque isso seria intolerância com a religião alheia... você consegue acreditar nisso? "Ah, mas quem pensa isso é minoria no Islã"... pode ser, mas esqueceram de avisar que é a minoria que ESTÁ NO PODER!

Agora veja nesse vídeo como as mulheres "podem fazer de tudo confortavelmente" usando a burca... cômico se não fosse trágico.







Nessa história toda, eu ainda fico com as palavras finais do Christopher Hicthens em uma palestra sobre religião:

"Honestamente, estaríamos muito melhor se deixássemos essa criancisse para trás..."

Igreja católica e evolução


domingo, 15 de novembro de 2009

Alice, gravidez e evolução

Essa é em homenagem à Mari, minha cunhada... 

Num artigo da revista Nature, os pesquisadores Whitcome, Shapiro e Lieberman demonstraram que a dor nas costas sentidas pelas mulheres grávidas é um resultado da inclinação para compensar o peso da barriga;  essa inclinação é necessária por causa da adaptação postural desde que passamos a andar apoiados em dois pés e não mais em quatro. A comparação é feita com a gravidez presumida de ancestrais nossos como o Australopitecus, na figura abaixo (onde a representa a Autralopithecus 'normal' e b a grávida).





A pesquisa observou que nesse caso, o centro de gravidade do corpo não compromete as vértebras da coluna e pode ser distribuído entre pés e mãos (o Autralopithecus é definitivamente bípede, embora possa se posicionar de quatro para atividades de coleta e locomoção rápida).
Observe como esse centro de gravidade muda radicalmente quando no processo evolutivo, nos tornamos essencialmente bípedes.






Na posição vertical, para compensar o peso crescente durante a gestação, a coluna vertebral realiza uma inclinação de até 28° para trás, diminuindo o esforço de torção do feto em até oito vezes. Por outro lado, a  postura vertical aumenta o atrito entre as vértebras, ainda mais levado ao extremo de inclinação e curvatura.
Assim, por mais que as vértebras na mulher tenham se adaptado de forma a procurar integrar o processo de gravidez com o andar bípede, as dores nas costas são inevitáveis; seriam nesse caso, um preço a se pagar por nossa mudança de postura.

Tá vendo só, Alice, o que a mãe tá passando pra te esperar...?

É isso... boa semana todos! (e seja bem vinda, minha princesinha...).


"Eu apenas queria que vc soubesse" Gonzaguinha


Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

Gonzaguinha

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Austríaco escapa de acidente, vai à igreja agradecer e morre esmagado por altar

Essa eu nem vou comentar nada... comentem vocês. rsrsrs...

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1299811-5602,00-AUSTRIACO+ESCAPA+DE+ACIDENTE+VAI+A+IGREJA+AGRADECER+E+MORRE+ESMAGADO+POR+AL.html



"Austríaco escapa de acidente, vai à igreja agradecer e morre esmagado por altar

Caso ocorreu em Viena, segundo a imprensa britânica.
Gunther Link, de 45 anos, morreu imediatamente.
Do G1, em São Paulo


O austríaco Gunther Link, um católico devoto de 45 anos, escapou da morte quando ficou preso em um elevador. Em seguida, foi a uma igreja agradecer a Deus, mas o altar de pedra caiu sobre ele e o matou, segundo o jornal britânico "Telegraph".


O caso ocorreu na Igreja Weinhaus, em Viena, capital austríaca. Link teve morte instantânea, segundo o jornal.


"Ele era um homem muito religioso, ficou assustado quando ficou preso no elevador e rezou para se livrar", disse Roman Hahslinger, porta-voz da polícia.


"Pouco depois, ele saiu do elevador e foi direto à igreja para agradecer", disse o policial. "Ele aparentemente abraçou um pilar de pedra em que o altar estava apoiado, e o altar caiu sobre ele, matando-o na hora."


O corpo de Link foi encontrado por paroquianos que chegaram à igreja no dia seguinte para assistir a uma missa.


As impressões digitais da vítima foram encontradas no altar. O caso vai ser investigado."

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Quintana... viver.



Viver


Quem nunca quis morrer
Não sabe o que é viver
Não sabe que viver é abrir uma janela
E pássaros sairão por ela
E hipocampos fosforescentes
Medusas translúcidas
Radiadas
Estrelas-do-mar... Ah,
Viver é sair de repente
Do fundo do mar
E voar...
e voar...
cada vez para mais alto
Como depois de se morrer!



Mário Quintana





"No céu sem gente"... por Fernando Pessoa




Vaga, no azul amplo solta, vai uma nuvem errando... 

Vaga, no azul amplo solta,
Vai uma nuvem errando.
O meu passado não volta.
Não é o que estou chorando.
O que choro é diferente.
Entra mais na alma da alma.
Mas como, no céu sem gente,
A nuvem flutua calma.
E isto lembra uma tristeza
E a lembrança é que entristece,
Dou à saudade a riqueza
De emoção que a hora tece.
Mas, em verdade, o que chora
Na minha amarga ansiedade
Mais alto que a nuvem mora,
Está para além da saudade.
Não sei o que é nem consinto
À alma que o saiba bem.
Visto da dor com que minto
Dor que a minha alma tem.



Fernando Pessoa

Vinicius no feriado... não eu, o de Moraes.





O verbo no infinito


Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar


Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.


E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito


E esquecer de tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Um de cada dez argentinos são gay...

Muito boa... sem comentários.......

"?Que passa?" "?Le gusto?"

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

lula, jesus e os fariseus....







Veja essa.... matéria publicada no sítio/chácara/website do jornal Estadão:








"Lula é criticado por dizer que Jesus se aliaria a Judas no Brasil
'Se Jesus viesse para cá, e Judas tivesse votação, Jesus teria de fazer coalizão com Judas', disse presidente.



Rodrigo Alvares, do estadao.com.br

SÃO PAULO - Políticos de todas as esferas e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) condenaram nesta quinta-feira, 22, declaração na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a tradição bíblica para justificar as alianças de seu governo (...).
Em entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, Lula disse que, "se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão" [grifo meu].


Agora vejam a sequencia de comentários...

Senador Pedro Simon (PMDB-RS): 
"Jesus escolheu os apóstolos, mas pagou o preço" (...) "Se ele [presidente] convidasse Jesus para o seu governo, teria de tirar muita gente de lá agora."


Dom Dimas Laras Barbosa (Secretário Geral da CNBB): 
"Sem dúvida, Judas foi um dos discípulos de Cristo. Mas quero lembrar que Cristo não fez aliança com fariseus e saduceus."

Em seguida, questionado se os "fariseus" em questão seriam os políticos com ficha suja, saiu-se com essa:
"Quando falei em fariseus, não estava me referindo a partidos políticos. Mas Deus conhece o coração das pessoas."



Deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO):

"Em seu microblog, ele questiona a reação de partidos de coalizão como o PP, PR, PTB e PMDB sobre a comparação com Judas." (últimosegundo)

Senador Cristóvão Buarque (PDF-DF):

"Quando os políticos dizem que na política, Jesus faz acordo com Judas, eles acham que os eleitores são todos Pilatos".


E fechando com chave de ouro, 


Dom Geraldo Lyrio (CNBB):

"Estamos tão mal assim?"




E o que eu digo??
Bom, eu tava aqui pensando que tudo se baseia na hipótese que Judas traiu Jesus. E lembrei do filme "A última tentação de Cristo", onde Judas na verdade age de acordo com as instruções de Jesus em tudo o que fez. Independente do que quer que seja, que gigantesca ironia seria se fosse aplicada nessa metáfora!!!!


Estado e Igreja debatendo-se em uma questão tão ridícula... 


Que grande comédia essa vida!!!

Ainda sobre a apresentação do quarteto... aprofundando...........

Um intermezzo para a seqüencia de piadas e tiradas cômicas que postei aqui... ficou um pouco extenso, mas imprescindível para o que quero dizer. 


Como intérprete, venho pensado na natureza e na função da música a muito tempo, mas são acontecimentos como a apresentação do quarteto de clarinetas que evidenciam pra mim essa questão de forma mais convincente. Frequentemente se vê-ouve-lê nos meios de divulgação sobre o "poder terapêutico" da música, que pode ser traduzido no caso da apresentação do quarteto de clarinetas que mostrei antes como uma idéia excelente, já que a música serviria para "acalmar" e "trazer conforto à alma". Ou ainda, no caso clássico em que uma escola resolve combater a violência com aulas de flauta doce, cuja apresentação dos alunos tocando é, evidentemente, a superfície demonstrável do processo. Como não podia deixar de ser, essas apresentações são "prato cheio" nas matérias veiculadas na tv sobre o assunto, quando é o caso. A ironia é a exposição de alunos com habilidades não plenamente desenvolvidas como um processo acabado, com um fim em si mesma, com um resultado sonoro que chega a ser "violento" em certos casos...  (felizmente não foi o do quarteto, que fique claro...).


Se você chegou até aqui, deve estar pensando que os reflexos do que falei conduzem a uma crítica indireta à musicoterapia (agora não tão indireta já que dei "nomes aos bois''), que pode ser traduzida livremente como a terapia através da música.  Bom, e é uma crítica, de certa maneira. Não que eu discorde completamente que a audição de música possa transmitir essas sensações; a questão aqui é a redução meramente funcional de uma capacidade criadora e recriadora que a música traz consigo e que considero vital.


Nessa esteira, vê-se CD's de música New Age (Nova Era, não me pergunte o porquê...) e sob cujo rótulo são abrigados todo tipo de produção cultural e folclórica fora da tradição musical ocidental, mas com uma característica fundamental: a "beleza" das melodias, a "mística" dos sinos, o "som dos anjos", etc. Cantoras como Enya e Lorena McKennitt são postas lado a lado com os cânticos dos monges tibetanos, tocadores de cítaras indianos, tambores e coros africanos, flautas e sinos japoneses, flautas pan na "música dos incas" e todo tipo de exotismo, desde que desprovidos do seu "caráter bárbaro".


A beleza é uma qualidade intrínseca da música em si, mas reduzir a diversidade do que ela pode exprimir nisso é ter uma atitude muito pequena... incompleta mesmo. Como é incompleto (ou não se coloca na perspectiva correta) quando se afirma que a música têm como função principal "acalmar", "desestressar", "relaxar" as pessoas do inferno diário e da correria dos grandes centros... para as pessoas que buscam na melodia romântica a razão de ser e de sentir da experiência musical, é claro que a música contemporânea vai parecer um monte de ruído sem sentido. Aliás, o mesmo é válido para a música de outras culturas que não a nossa, mas também a pintura e a escultura, para citar dois exemplos próximos...


Penso como músico que existe uma função social importante com aquilo que faço e que não me admira que essa função seja praticamente ignorada pelos investimentos estatais, tanto quanto por certos segmentos da sociedade em si por pura conveniência...  é muito melhor que as artes em geral sejam encaradas como formas de distração, diversão, ou pior, "entretenimento" (detesto essa em particular), do que como uma forma de expressão legítma, como um testemunho vivo, real e presente de um legado (na maioria das vezes ainda que póstumo) de mulheres e homens com suas alegrias, mas também medos, angústias, dúvidas; vista dessa forma, a música e as artes em geral podem levar a perguntas silenciosas que, embora não sejam pronunciadas na maioria das vezes, são embaraçosas e questionam muito daquilo que é imposto ou pré-estabelecido.


Faça uma experiência: ouça uma obra chamada "Quarteto para o fim dos tempos" (no original em francês, Quatuor pour la fin du temps), do compositor francês Oliver Messiaen. Nas primeiras audições, devo admitir que já achei a peça uma chatice total. Todos os oito movimentos  (III, IV, V, VI, VII, VIII) me passaram uma impressão de profunda angústia desde o começo. Mas então, eu tive contato com o contexto da sua produção e do compositor; religioso devoto, Messiaen estava preso num campo de concentração nazista quando compôs e estreou-a (aliás, com os músicos disponíveis na ocasião), exatamente em 15 de janeiro de 1941. Num local desses, com dor, a tortura, e a proximidade com a morte tão eminente, é possível imaginar o ambiente em que foi executada. Desde então, o quarteto de Messiaen é pra mim um testemunho que se renova a cada performance; um lembrete do que já fomos capazes de fazer enquanto espécie... e do que ainda fazemos hoje (não sei você, pra mim é impossível não ouvir a obra sem me transportar pra o ambiente lúgubre em que foi escrita; e a pergunta seguinte é: afinal, que necessidade havia naquilo tudo?)...


Numa parcela muito menos intensa, mas não menos importante, eu percebo que a comoção causada pela apresentação do nosso quarteto de clarinetas no hospital que citei antes (com ambições infinitamente mais modestas...), não se deve só à "beleza" das melodias. Pessoalmente, acredito que o choro ou o riso nessas ocasiões trazem à tona as emoções que sempre tivemos; nossa alegria e saudade, nossa tristeza, nossos medos, a nossa incapacidade nata de lidar com a perda de alguém próximo, querido... nossa incompreensão diante do sofrimento de pessoas boas que conhecemos, e na prosperidade de quem deseja esse sofrimento nos outros ("a justiça é moral, a injustiça não." Ferreira Gullar)... e considero até legítimo sentir a necessidade de fuga, buscando paliativos que nos façam esquecer, como algumas das mais mirabolantes e primitivas crenças e supertições, o álcool e as drogas em excesso, Richard Clayderman...
Entretanto, isso é um grande engano, porque negar a nossa complexidade paradoxal não nos torna mais simples e menos difíceis de entender. E isso também é aplicável nos vários aspectos da vida, dos quais a música é parte integrante...  
 
Frequentemente, embora a manipulação deliberada tente esconder ou extirpar a complexidade musical, acordes dissonantes "perturbam" a homogeneidade melódica e a igualdade ritmica é "pervertida" pela pluralidade de pulsações quase tribais. Uma música que incorpora as mais perfeitas consonâncias mas também as dissonâncias mais terríveis e insolúveis,  é também aquela que incorpora a beleza mas também a angústia, a calma e a tranquilidade mas também a revolta e o desânimo, a felicidade mas também a incerteza e a decepção. Não se trata simplesmente de oferecer conforto, criar a ilusão do bem estar... mas de mover nosso ponto de equilíbrio para longe do nosso habitual, mexer em hábitos e regras sociais estabelecidas não se sabe por quem e que são descabidas atualmente, bem como "desacreditar" crenças sedimentadas com base em impressões e imposições dos outros e sem razão aparente.


Nesses sentido, as artes oferecem uma visão de mundo muito mais robusta que aquela fornecida por instituições sociais caducas, ou pelo consolo frágil da religião. Quando pisam em você, a calma de um monge budista é tudo o que você NÃO QUER... quando a tristeza e a saudade apertam, nós eventualmente choramos, e o choro não "purifica" nada... como diz Ferreira Gullar, o sofrimento não tem valor algum, não acende um halo em torno da  nossa cabeça, nem nossa dor é especial se comparada a todos os que sofrem no mundo; pessoas, os outros animais, criaturas microscópicas com minutos de vida... apenas parte do que somos é permitido entender pelas perspectivas tradicionais, já que as normas sociais reprimem nosso lado selvagem e indomável e a religião o nega.  As artes nos colocam diante do que realmente somos, sem mentiras, sem redenção... não há ninguém para culpar quando a decisão é toda nossa, com seus desdobramentos bons e ruins.
Pode ser duro demais ver a vida dessa forma, e até um erro; mas é só assim, errando de verdade que se aprende de verdade. 


Tocar pode e deve ser diversão, mas isso não implica dizer que sua importância é diminuída por isso. O trabalho incessante de intérpretes, sejam instrumentistas ou cantores, compositores, pesquisadores e estudiosos dos mais variados aspectos da produção musical é uma contribuição gigantesca ao nosso desenvolvimento, e é muito pouco reduzi-la a "música dos anjos". É ela que nos afasta da barbárie, embora não a negue; é bem verdade que não nos torna santos através da negação, mas nos aproxima do que realmente somos através do enfrentamento...não é à toa que ela deve ser posta de lado, com recursos escassos e campanhas veladas que a ridicularizem enquanto profissão (a tal ponto que muitos músicos acreditem nelas).


O paradoxo aqui é que, historicamente, as sociedades que mais desdenharam do valor legítimo da expressão artística, especialmente a musical, foram as que mais precisaram dela. 

domingo, 18 de outubro de 2009

Recital do grupo de Clarinetas da UFBA

Recentemente, tive a grata satisfação de poder trocar experiências com alunos de graduação em clarineta da UFBA... Durante algumas semanas, ensaiamos, conversamos sobre o repertório para a formação de quarteto, enfim, nos divertimos um bocado... e os resultados apareceram!
A apresentação do quarteto no Hospital Santa Isabel aqui em Salvador foi sensacional... entre pacientes e visitantes, foi possível constatar a alegria e a comoção causada pela apresentação, sem contar na grande experiência que foi para os instrumentistas tocar em ocasiões como essa.















Esse pessoal é fera!!!



Da esquerda pra direita: Geysi, Jonathan (ou John), Lucas e Leandro.

domingo, 27 de setembro de 2009

"United Breaks Guitars"

Essa é genial!!


Podia ter sido só mais um caso qualquer em que a empresa causa um dano ao cliente, ele briga, pede ressarcimento, não dá em nada, etc... e ele acaba pagando pelo prejuízo.


Mas... não foi o que aconteceu!!!


A história é a seguinte: o guitarrista canadense Dave Carroll viajava, segundo ele, com a banda para uma apresentação nos EUA pela empresa United Airlines. Fazendo uma escala em Chicago, o músico presenciou da janela do avião que os carregadores jogavam sua guitarra de um lado para outro, sem qualquer cuidado. Veio a constatar depois que o instrumento sofreu danos sérios e tentou a todo custo obter o ressarcimento do prejuízo. Após meses sem solução (embora a United Airlines tenha admitido o problema, se negava a pagar) e quando tudo parecia perdido, a mesa virou...
O músico criou um clipe e postou no Youtube contando a história. Sucesso absoluto de público, o clipe teve mais de 4,5 milhões de acessos e mais de 30 mil avaliações 5 estrelas. Já apareceu na CNN em cadeia nacional também, e uma enxurrada de e-mails e msgs para a empresa surgiram... tanto que ela tentou acordo para tirar o clipe do ar, pagando pelos prejuízos e tal. Por enquanto ainda continua no ar...




Ele ainda postou um segundo vídeo em que comemora a vitóra sobre a empresa (esse sem legenda)... detalhes: a tubista que aparece é uma das aeromoças do primeiro vídeo, e os mexicanos (que suspeito sejam da banda dele) estão de volta tb...


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ouvido "Obsoleto"

Em música, muito já se discutiu sobre os prós e contras de possuir o chamado "ouvido absoluto" (que é a identificação da frequência de cada nota sem a necessidade de um referencial externo... sem um outro som para comparar); sem entrar no mérito se pode ser desenvolvido ou se é uma característica nata (estudos demonstram que pode ser ambas as coisas).
Sua contrapartida é o chamado "ouvido relativo"; aqui a partir de um referencial sonoro dado, é possível encontrar as demais relações intervalares, ainda que não se saiba que nota é essa realmente.



Bom, características à parte, é muito melhor possuir um dos dois ("absoluto" ou "relativo") do que ter o chamado "ouvido obsoleto" do meu amigo no vídeo abaixo; armado de um saxofone tenor (nesse caso, literalmente), ele tocou o tema de "Watermelon Man" (Herbie Hancock), improvisou e tudo mais(!!), só que numa tonalidade completamente equivocada!!!!!!! Também conhecido por "ops! Errei o playback!"

Isso é que é ter uma opinião firme!! Até o fim...






Só para fins de comparação (para os "ouvidos relativos" de plantão...), acompanhe essa outra versão... felizmente com a melodia na tonalidade adequada a ela.

sábado, 19 de setembro de 2009

Nada é por acaso? (ou "voar, voar...")

Frequentemente, me deparo com pessoas falando sobre as coisas que acontecem na vida justificando que "tinha de ser"... que "não podia ser de outro jeito", que "a hora tinha chego", que "tinha de acontecer justo quando...", etc. Bom, quase sempre as pessoas usam exemplos de coisas notáveis a grandiosas para ilustrar isso.
O problema é que esquecem de mencionar que elas também acontecem com coisas banais e tão curiosas quanto (talvez mais!). Olha só essa: qual a probabilidade de vc filmar o Biafra (sim, vc não leu errado, o BIAFRA, não um cantor da moda atualmente), cantando "voar, voar, subir, subir" e um cara de parapente descendo, descendo e acertar ele em cheio!!!!!






Faz a gente pensar se vale a pena ficar paranóico procurando exlicação ou porquês para algo que simplesmente aconteceu, seja bom ou ruim... ou não???

"Onde o Homem quer chegar???"

Definitivamente, o homem não tem limites.... e a melhor prova disso é a elaboração de vídeos como esse... a coreografia, a letra bem amarrada e sem problemas de prosódia, os efeitos especiais, enfim, tudo nele é um inspiração para converter qualquer um. Prepare-se para uma viagem ao mundo da maluquice científica moderna, por Martim Nascimento...
Só faltou mencionar que para produzir e disponibilizar o vídeo, eles tiveram de usar os conhecimentos da ciência; mas isso, claro, é um detalhe... vamos lá, soltem a voz!!!!!

"seu estudU profundu, vai destruir o mundo, pode acreditaaar!!!"




Não, não acabou... se vc ainda não mudou de idéia achando que esse tipo de mensagem é apelativa, retrógrada e absurda, espere pra ver esse abaixo. Estrelado por Irmã Sophia, "Armadilhas de Satanás" é profundamente inspirador, já que atinge exatamente a raiz do mal no mundo moderno: esqueça a maldade, a mentira, a ignorância e a estupidez;  homens de brinco e cabelo "enrolado", mulheres de mini saia e 'barriga de fora', sem contar as que se vestem como homem... (!?) isso sim é o nosso problema.  Até que enfim alguém pôs o 'dedo na ferida' da nossa existência aqui!! Ao que parece, esqueceram só de mencionar que dançar e rebolar também é armadilha de satanás... mas não deve ter sido proposital, além de não ser nada que afete o conteúdo da mensagem...




E vc que achou que esse mundo tava perdido, hein?
Fala a verdade, salvei (literalmente) teu fim de semana, não foi?


Grande abraço!!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

As frases mais ditas ou ouvidas antes de morrer

Atira se for homem!

Atravessa correndo que dá.

Ah, não se preocupe, o que não mata, engorda.

Fica tranqüilo que este alicate é isolado.

Sabe qual a chance de isso acontecer? Uma em um milhão.

Tem certeza que não tem perigo?

Pode pular sossegado. Eu mesmo dobrei o seu pára-quedas.

Aqui é o PT-965 decolando em seu primeiro vôo solo.

Confie em mim.

Aqui é o piloto. Vamos passar por uma ligeira turbulência.

Capacete? Imagina, tá calor.

Eu sempre mudei a temperatura do chuveiro com ele ligado.

Não ia ser hoje que alguma coisa iria acontecer.

Deixa comigo...

Desce desse ônibus e me encara de frente, sua bicha!

Você é grande mas não é dois!

Vamos lá que não tem erro.

Seja o que Deus quiser.............